21 junho, 2011

Defeitos. Temos muitos, bastantes mesmo.
Eu digo as coisas sem pensar, enquanto tu ponderas, ouves, reages quando tiveres que reagir, quando tiveres o assunto mais que esmiuçado; eu não sou capaz, tenho que fazer, tenho que fazer logo.
Tu fazes-me esperar, eu odeio esperar.
Somos diferentes, pensamos diferente, temos defeitos diferentes.
Mas isso importa? Não, temos a melhor qualidade de todas - o amor.

20. 3 meses.

18 junho, 2011

A gata da vizinha

Ainda me lembro. Lembro-me de chegar á entrada de casa, pedir á mãe que abrisse a porta, ir de joelhos ao chão porque me apetecia, atirar com a mochila para qualquer lado e partir alguma coisa, mas como era pequenina não fazia mal. Lembro-me de chegar a casa da tia, tentar ser bem comportada e falar baixo porque "meninos, silêncio que a gata da vizinha está doente!" - coitada da pobre gata - sentava-me á mesa, com dificuldade por ter de subir aquelas cadeiras tão altas, pegava nos meus talheres e gostava de beber em copo de pé alto porque me fazia sentir responsável, fazia-me sentir "como os grandes"; era sempre uma mesa com os melhores petiscos, não uma mesa farta mas repleta de iguarias - sim, a minha tia sempre foi um pouco austera, por assim dizer, mas uma mulher de coração bom.  Lembro-me de usar uma cadeira para chegar aos armários, lembro-me de cair sempre da cadeira; enfim, o mundo era mais divertido, mais simples, mas na altura só me apetecia crescer.
Que asneira. Do pouco cresci, percebi que o meu mundo continua a ser o mesmo, mas o tempo trouxe a responsabilidade, trouxe feridas e muitas outras coisas menos boas. Percebi que a vizinha nem tinha gata.


*



Oiço isto umas 3000 vezes por dia.
A música é linda e toda a gente já se sentiu assim: confusa porque alguém de quem gostavam não gostava da mesma maneira e nos provocou desilusão; fosse um amigo, um namorado, um pai, enfim, alguém importante. Não sei, nem tem nada haver com o meu estado de espírito neste momento, mas não sei, a música acalma-me, faz-me pensar e não consigo parar de ouvir.

 Adoro.
Queria dar-te tudo. Dar-te o mundo, as estrelas e os planetas, os teus sonhos e os teus desejos, dar-te aquilo que pedes e o que não pedes. Queria dar-te tudo como me dás a mim.
O meu coração anda cheio como nunca andou, não sei como mas cada dia enche mais e descubro gavetas novas para encher de amor. Anda cheio e a rebentar por todos os lados, tenho no sangue, tenho-te como alimento de todas as minhas células. Explicas-me como fazes isto? Como é que me drogas permanentemente, me fazes deixar de sentir os dedinhos dos pés, fazer as mãos tremer quando escrevo ou provocar-me estes ataques cardíacos inesperados que deixo que me consumem e viciem?
Estou aqui de cara colada na almofada, com a cabeça sei lá onde e as mãos com vida própria a escrever sei lá o quê.
Queria dar-te tudo, mas já te dei o meu coração.

11 junho, 2011

sim, realmente hoje estou *ligeiramente* assim um bocadinho para o "complicada" (cabra, totalmente)



Não entro pé ante pé nem absorvo aos bocadinhos, mergulho de cabeça sem provar previamente, arrisco porque o risco leva-nos ao limite! Não gosto de palavras certas, decisões importantes, não gosto de "olá's" nem "adeus's" porque a sorte está sempre á porta de quem a quiser abrir, mas também de quem lá quiser entrar.
E comer gelados no inverno, nadar á noite ou dormir na rua verão.. ? Gosto de usar sandálias quando chove porque do outro lado do mundo faz sol e ás vezes, não estou deste lado do mundo.Encontrei o que tinha perdido, deixei muitas coisas pelas quais nunca tinha parado de lutar, curei muitas feridas abertas e ganhei muitas cicatrizes para contar.
Já toquei no amor e ele abraçou-me de volta, já conheci pessoas boas mesmo quando pensava serem espécie em extinção; já fiz coisas que me cabem no impossível e fiz sonhos realidade.
Percebi: ás vezes os defeitos também podem ser qualidades.