01 novembro, 2011

Nunca desisti de nada que quisesse ter. Quando quero, eu tenho; a questão é querer.
Se rasgamos voltamos a cozer, se cortamos voltamos a colar, e um coração partido, quem resolve? Já tentei todas as fórmulas das mais simples ás mais compostas. Disseram-me para experimentar o tempo e a distância mas acho que a patologia só se agravou, parece que longe da vista mas perto do coração. Já tomei a injecção dos ciúmes e apesar de realmente resultar, acaba por passar. Tentei simplesmente não ter memória, mas a minha inconsciência manifestava-se todas as noites com hora marcada com o sono e cada sonho ficava cada vez mais real. Deixei de tomar qualquer tipo de medicação como se já estive curada, burrice, claro está, mas como o arrependimento ainda não mata, ficou só a cicatriz. Depois há aqueles vapores que inalamos, como o desprezo, a indiferença ou muito simplesmente a rejeição, pelo menos comigo não resultam e só me fazem querer mais o objecto de desejo em questão (tu, obviamente). Pois é, tenho o corpo livre mas o coração demasiado cheio para que caiba lá mais alguma coisa, e infelizmente sou demasiado teimosa para que assim não fosse. Não é que eu não conheça os teus defeitos, mas conheço-os tão bem que gosto deles, apesar de ao mesmo tempo te conhecer tão mal que me surpreendes sempre. Não é que não saiba o que é melhor para mim, o melhor para ti, mas sei que melhor do que tudo isso fomos nós, somos nós. Ainda acredito que cada dia se pode acordar mais apaixonada do que no outro, que a relação de mutualismo saudades/paixão se agrava todas as manhãs e que um dia percebo porque é que me falta sempre um bocado de mim - talvez seja esse bocado de ti. 2 -0