passado, passou .
passou, mas levou consigo o meu abrigo, aquele que me protegia do frio, do vento, da erosão, das chuvas e temporais . fiquei nua, gelada e sujeita aos maiores ataques. furacão, o passado varre tudo o que alguma vez tivemos, á sua passagem; deixa a saudade, a doença que nos infecta. doença que só se manifesta com o tempo, tempo esse aliado ao passado, tempo esse, que também nos corroe.
há a primeira fase, em que tentamos reaver o que nos foi tirado. permanecemos ao frio, imóveis, á espera que o abrigo volte, como por magia, traduzido numa brisa.
aos poucos e poucos apercebemo-nos que a hipótese é muito remota, e só em casos muito especiais nos é traduzido o passado ao futuro. é aí que deixamos que a saudade nos abrace e nos aqueça, torna-se num cobertor e aos poucos e poucos vamos apanhando retalhos e construíndo um novo abrigo . é aí que entramos na segunda fase e deixamos que a saudade e o passado fiquem onde devem ficar, no antes, no foi . é aí que 'esquecemos' (:
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